Em meados do mês de novembro de 2013, os
alunos dos cursos de Tecnologia em Segurança do Trabalho e de Tecnologia em Gestão Ambiental
da Faculdade Educacional Araucária, participaram de uma visita técnica ao
Parque Estadual Vila Velha, situado no município de Ponta Grossa, Estado do
Paraná.
A visita teve como objetivo
geral, identificar e analisar a gênese e a dinâmica do parque estadual, na
perspectiva de avaliar a fragilidade do ambiente diante de uma atividade
turística desordenada que ocorria no passado recente, bem como demonstrar a
importância da aplicação do Plano de Manejo do parque no sentido de organizar a
visitação, proporcionando o menor impacto ambiental possível. Desta forma,
procurou-se integrar as disciplinas de Avaliação dos Aspectos e Impactos
Ambientais, Climatologia e Sistemas de Informação Geográfica.
O parque estadual apresenta uma base
geológica arenítica, pertencente à unidade geológica do Grupo Itararé, sendo denominado
localmente como Arenito Vila Velha (na área dos arenitos) e Arenito Furnas (na
área das Furnas e Lagoa Dourada). De acordo com a Mineropar, a formação destes arenitos remonta
há 300 milhões de anos no Período Carbonífero, quando a América do Sul ainda
estava ligada à África, à Antártida, à Oceania e à Índia, formando um grande
continente chamado de Gondwana. Nesta época, a região onde se localiza Vila
Velha estava mais próxima ao Polo Sul e a temperatura média na Terra era muito
baixa, período que corresponde a uma das grandes eras glaciais do passado
terrestre denominada glaciação gondwânica permo-carbonífera, conforme as figuras abaixo.
Os aspectos geomorfológicos
caracterizam-se por um relevo ruiniforme modelado pela ação da água. Tal
dinâmica, ao longo do tempo geológico, produziu variadas formas com destaque
para a taça, conforme fotografias abaixo.
Os arenitos são extremamente frágeis e sofriam demasiadamente no
passado recente com a atividade turística sem controle, onde havia erosão antrópica provocada pelo pisoteio excessivo dos visitantes e inscrições nos arenitos, conforme se observa na figura abaixo.
Atualmente, as visitas
ocorrem com a orientação de guias que promovem a apreciação dos aspectos
notáveis da paisagem e da fauna locais causando um baixo impacto ambiental, uma
vez que a capacidade de resiliência do parque está sendo respeitada. Também é plausível destacar a existência de uma trilha calçada que orienta a visitação, mesmo sendo um impacto ambiental visual, a calçada impede a erosão antrópica e aumenta a capacidade de visitação do parque, representando desta forma, uma importante medida mitigadora da unidade de conservação.
Embora o parque esteja delimitado e
possua Plano de Manejo, nota-se que um dos maiores problemas da unidade de
conservação localiza-se no seu entorno, com destaque para os cultivos agrícolas e silvicultura, bem como a proximidade da rodovia BR-277, como denotam as fotografias abaixo.
As Furnas são poços de abatimento,
tecnicamente conhecidos como dolinas, que formaram-se a partir de processos
erosivos subterrâneos que evoluíram para o desabamento da superfície. Em sua
fase evolutiva final, destaca-se a Lagoa Dourada que também é uma furna, porém
encontra-se preenchida por sedimentos.
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