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quarta-feira, 22 de janeiro de 2020

Parque Estadual Rio da Onça, Matinhos – Paraná


Explosão de vida vegetal, odores e sons no Parque Estadual Rio da Onça: para além das praias de Matinhos – Parte II
Seguindo o objetivo de explorar as potencialidades paisagísticas da orla de Matinhos e suas adjacências, realizamos no dia 17 de janeiro de 2020 um excelente passeio em família pelas trilhas do Parque Estadual Rio da Onça, situado entre os balneários de Praia Grande e Riviera.
Esta unidade de conservação possui cerca de 118 hectares e apresenta uma vastíssima riqueza vegetal típica da planície litorânea, com destaque para as bromélias e orquídeas. Como são plantas epífitas, ou seja, plantas que sobrevivem sobre o tronco de outras plantas sem lhes causar prejuízos, o parque é um verdadeiro jardim suspenso. Importante destacar que a trilha possui apenas 1.500 metros, totalmente acessível ao público.
 Após minhas andanças pela Serra do Mar, sempre observando os contrastes da vegetação entre a planície litorânea e os contrafortes orientais e ocidentais da serra, num primeiro momento as trilhas do parque parecem um tanto monótonas, dada a ausência de desníveis ou obstáculos naturais. Entretanto, quando consideramos a visita de um estrangeiro, especialmente se o indivíduo for oriundo das elevadas latitudes do hemisfério norte, região da Terra onde a paisagem é mais anêmica, fico imaginando a explosão de vida vegetal, odores e sons que este ambiente pode proporcionar a este indivíduo.
O Parque Estadual Rio da Onça é mais um atrativo de Matinhos que pode ser apreciado além das suas praias, muito embora seja notável o baixo número de visitantes. Talvez seja plausível a realização de uma campanha mais incisiva de divulgação do parque através de atividades que possam atrair os veranistas ao local, sem nunca se descuidar da capacidade de carga da unidade de conservação.

































Um grande abraço!

Prof. Fernando Bonato

   

terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Morro do Escalvado


Ascensão ao Morro do Escalvado: para além das praias de Matinhos – Parte I
Após o término do ano difícil de 2019, ao menos na minha perspectiva, tivemos nossas merecidas férias em família. Alugamos a casa do meu amigo Rodrigo Martins, parceiro de regência no colégio, e resolvemos ficar sete dias em Matinhos, litoral do Paraná. Como somos apaixonados por praias, especialmente nossas filhas Gabriela e Julia, aproveitamos todo o potencial que esta orla apresenta. Procurávamos sempre locais diferentes para banho ou passeio, pois entendemos que uma estadia na praia não se resume apenas a uma âncora que se lança na praia em frente e que somente é levantada no dia de ir embora.
Seguindo esta perspectiva de explorar o potencial deste trecho do litoral paranaense, resolvi no dia 13 de janeiro subir o Morro do Escalvado, procurando demonstrar que existem paisagens e locais de excepcional beleza nesta orla para além das praias. Inserido nos domínios do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, esta estrutura granítica se eleva 224 metros acima do nível do mar proporcionando um visual esplêndido do seu cume. A partir do seu topo é possível visualizar da Praia Mansa de Caiobá, junto ao Morro do Boi, até a orla de Pontal do Paraná, inclusive a Ilha do Mel em meio à névoa oceânica.
Partindo de relatos do amigo Luís Alexandre que subiu o morro recentemente e pesquisando no site do Parque Nacional Saint Hilaire/Lange, descobri que existem duas trilhas de acesso: uma pela rua Orestes Pechebella e outra pela rua Albano Muller. Escolhi o acesso pela rua Albano Muller, embora não seja recomendada pela administração do parque em virtude dos processos erosivos ali instalados.
Até 1995, o Morro do Escalvado era a grande atração turística de Matinhos. Nele funcionava um teleférico que resultou em janeiro de 1995 num trágico acidente que matou duas pessoas e feriu outras quatro. Na época ficou constatado que o acidente ocorreu devido o rompimento de um cabo do teleférico por falta de manutenção. Após o acidente, o teleférico foi desativado e o Morro do Escalvado deixou de ser objeto de exploração turística pela prefeitura.
Embora a trilha apresente processos erosivos e a vegetação de Floresta Ombrófila Densa esteja bem alterada, o local apresenta forte vocação turística desde que ocorram obras de contenção da erosão e de revitalização da vegetação, seja pelo isolamento de áreas para a sucessão natural ou pelo enriquecimento através de espécies adequadas para catalisar a recuperação natural até o seu clímax.
Dada as condições que se encontra o Morro do Escalvado nos dias de hoje, percebe-se mais um exemplo de atrativo que poderia ser explorado se o poder público respeitasse o seu patrimônio natural e aproveitasse o seu potencial para fins turísticos. Evidentemente que tal exploração não poderia ocorrer sem a manutenção da trilha e um plano de manejo que respeitasse a capacidade de resiliência do ambiente, bem como a capacidade de carga da trilha, condição sine qua non para um turismo sustentável.
























Um grande abraço!

Prof. Fernando Bonato