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terça-feira, 21 de janeiro de 2020

Morro do Escalvado


Ascensão ao Morro do Escalvado: para além das praias de Matinhos – Parte I
Após o término do ano difícil de 2019, ao menos na minha perspectiva, tivemos nossas merecidas férias em família. Alugamos a casa do meu amigo Rodrigo Martins, parceiro de regência no colégio, e resolvemos ficar sete dias em Matinhos, litoral do Paraná. Como somos apaixonados por praias, especialmente nossas filhas Gabriela e Julia, aproveitamos todo o potencial que esta orla apresenta. Procurávamos sempre locais diferentes para banho ou passeio, pois entendemos que uma estadia na praia não se resume apenas a uma âncora que se lança na praia em frente e que somente é levantada no dia de ir embora.
Seguindo esta perspectiva de explorar o potencial deste trecho do litoral paranaense, resolvi no dia 13 de janeiro subir o Morro do Escalvado, procurando demonstrar que existem paisagens e locais de excepcional beleza nesta orla para além das praias. Inserido nos domínios do Parque Nacional Saint-Hilaire/Lange, esta estrutura granítica se eleva 224 metros acima do nível do mar proporcionando um visual esplêndido do seu cume. A partir do seu topo é possível visualizar da Praia Mansa de Caiobá, junto ao Morro do Boi, até a orla de Pontal do Paraná, inclusive a Ilha do Mel em meio à névoa oceânica.
Partindo de relatos do amigo Luís Alexandre que subiu o morro recentemente e pesquisando no site do Parque Nacional Saint Hilaire/Lange, descobri que existem duas trilhas de acesso: uma pela rua Orestes Pechebella e outra pela rua Albano Muller. Escolhi o acesso pela rua Albano Muller, embora não seja recomendada pela administração do parque em virtude dos processos erosivos ali instalados.
Até 1995, o Morro do Escalvado era a grande atração turística de Matinhos. Nele funcionava um teleférico que resultou em janeiro de 1995 num trágico acidente que matou duas pessoas e feriu outras quatro. Na época ficou constatado que o acidente ocorreu devido o rompimento de um cabo do teleférico por falta de manutenção. Após o acidente, o teleférico foi desativado e o Morro do Escalvado deixou de ser objeto de exploração turística pela prefeitura.
Embora a trilha apresente processos erosivos e a vegetação de Floresta Ombrófila Densa esteja bem alterada, o local apresenta forte vocação turística desde que ocorram obras de contenção da erosão e de revitalização da vegetação, seja pelo isolamento de áreas para a sucessão natural ou pelo enriquecimento através de espécies adequadas para catalisar a recuperação natural até o seu clímax.
Dada as condições que se encontra o Morro do Escalvado nos dias de hoje, percebe-se mais um exemplo de atrativo que poderia ser explorado se o poder público respeitasse o seu patrimônio natural e aproveitasse o seu potencial para fins turísticos. Evidentemente que tal exploração não poderia ocorrer sem a manutenção da trilha e um plano de manejo que respeitasse a capacidade de resiliência do ambiente, bem como a capacidade de carga da trilha, condição sine qua non para um turismo sustentável.
























Um grande abraço!

Prof. Fernando Bonato


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